DOENÇA DE CICLÍDEOS AFRICANOS

 DOENÇA DE CICLÍDEOS AFRICANOS


O Malawi bloat é uma patologia de ocorrência em Ciclídeos Africanos. Esta condição não é restrita aos Ciclídeos Africanos do Lago Malawi, estende-se a outras famílias com a denominação genérica de bloat, ou dropsy.

Significado destas palavras:
Bloat = significa inchar, ou inchaço.
Dropsy – significa edema, ou acúmulo de líquido.

CAUSAS
Malawi bloat é um sinal clínico: condição patológica em ciclídeos africanos do Lago Malawi). Não há uma única causa para o Malawi bloat, mas diversas causas e fatores. Os principais estudos mostram que o bloat é de origem parasitária, excesso de proteína na alimentação, bactérias, etc…

O Malawi bloat acomete todas as espécies de ciclídeos africanos, mas em especial os de hábito alimentar herbívoro, ou onívoros com alto índice de vegetais em sua dieta. Entre os CA’S mais suscetíveis ao bloat destacamos para o Lago Malawi: Aulonocaras, Labidochromis, Nimbochromis, Pseudotropheus, Maylandia, cinotilápias e Melanochromis; Lago Tanganika os Tropheus.

Condições para ocorrência do Malawi Bloat:

Altos níveis de amônia não ionizada NH3 presentes na água do aquário.

Os elevados níveis de amônia total e, principalmente de amônia não ionizada presentes na água dos aquários de ciclídeos africanos são umas das principais condições necessárias para a manifestação do malawi bloat. Lembrem que os aquários de ciclídeos africanos são caracterizados por alta dureza (18 a 22°GH) , alta alcalinidade, alto pH e temperaturas que variam entre 26 a 30°C. A combinação estes parâmetros de água levam a um alto de percentual de amônia não ionizada dissolvida na água.

Em uma temperatura de 28°C e um pH entre 8,0 a 9,0, por exemplo, teremos uma acentuadíssima variação do percentual de amônia não ionizada sobre a amônia total que pode variar entre 6,5 até 41% de amônia não ionizada. Atenção para esse detalhe! A amônia presente na água é causa direta de estress aumentado a predisposição as bactérias causadoras do bloat.

Amônia não ionizada (NH3) é a amônia tóxica. A alta amônia na água intoxica o peixe e causa danos as brânquias. Nestas condições adversas há predisposição para manifestação do Malawi bloat.

Amônia total (NH4+ e NH3) é ideal para a proliferação de patogênias, entre elas, bactérias que causam o Malawi bloat.

Outro ponto e na minha opinião fator crucial é a alimentação inadequada com alto percentual de proteínas de origem animal para ciclídeos africanos herbívoros, ou alta taxa de vegetais na dieta.

Na condição dos herbívoros é muito importante acertar na escolha do cardápio de nossos ciclídeos africanos.

Agente causador do Malawi bloat

A causa direta do Malawi bloat são bactérias patogênicas. O Malawi bloat é basicamente uma infecção bacteriana sistêmica que tem origem a partir de uma proliferação desordenada de bactérias no trato intestinal.

Entre as principais bactérias causadoras do Malawi bloat temos o gênero das Aeromonas móveis e Clostridium. Este último tem gravidade por produzir endotoxinas e beneficiando-se de condições de ausência de oxigênio. Este detalhe é muito importante na hora da escolha do medicamento apropriado.

Existem outras causas para o Malawi bloat ?

Na verdade o Malawi bloat restinge-se hoje a infecção bacteriana com sintomatologia do bloat (ascite, hidropsia, ou barriga da água) em ciclídeos africanos submetidos a condições de água e/ou alimentação inadequadas. Como não é rotina a realização de diagnóstico laboratorial, outras causas, tais como: parasistismo, hipoproteinemia, tumores, disfunções hepáticas e renais que causem acumulo de líquido e distensão do ventre são equivocadamente denominados de Malawi bloat.

A patogenia do malawi bloat é decorrente de sobrecarga alimentar e excesso de proteína de origem animal oferecido aos ciclídeos africanos susceptíveis ao bloat tem efeitos danosos ao metabolismo. Normalmente, estes CA’S possuem durante o processo de digestão uma importante dependência/auxilio da ação de microflora natural do trato intestinal. Esta microflora, ou mais adequadamente microbiota, auxilia na boa digestão de carboidratos e proteína vegetal. Estes CA’S ao contrário dos demais (carnívoros e onívoros), conseguem aproveitar o carboidrato e a proteína vegetal da dieta. Feito este que é impossível de ser executado com tamanha eficácia pelos CA’S carnívoros e onívoros.

O trato intestinal dos ciclídeos herbívoros, possuem um tubo intestinal muito mais longo do que os carnívoros e onívoros. Isto porque o processo de digestão de proteína vegetal tem que ser mais lento. Com estas observações podemos já compreender o efeito de uma sobrecarga alimentar. os herbívoras não digerem adequadamente a proteína de origem animal quando esta estiver em excesso e também não estiver acompanhada de associação vegetal e fibrosa. Além de que a proteína animal excessiva irá acumular e fermentar no tubo digestivo causando mortalidade da microflora natural, e aumentando a proliferação de outros microrganismos. Entre estes microrganismo, temos bactérias anaeróbicas e alguma aeróbicas que, normalmente estão no trato intestinal sem causar problemas estando em equilíbrio. Este desequilíbrio formam agentes patogênicos.

O ácido láctico ocasiona uma acidose grave para o peixe, enquanto há acúmulo gradual de líquido na cavidade intestinal que já não se encontra íntegro. Estas condições de perda de líquido para a cavidade há uma desidratação severa. Quando observarmos um peixe com bloat pode parecer estranho, mas ele encontra-se desidratado. Vale lembrar que normalmente peixes de água doce não ingerem água, no entanto a disfunção metabólica ocasionada pelo malawi bloat (desidratação) faz com que o peixe adote um distúrbio passando ele a ingerir água. e cada vez mais acumulará líquidos no intestino.

Os sinais de septicemia são evidentes. Os peixes nos estágios mais avançados tornam-se apáticos. O ventre fica abaulado pelo acúmulo de líquido, as escamas ficam eriçadas, pode ocorrer “olhos saltados”, hemorragias e etc… A morte se não tratado rapidamente ocorre entre 2 a 5 dias, do início dos sintomas.

Sintomas:

Alterações de comportamento, há perda do apetite, respiração ofegante e apatia.

A distensão do ventre, bem como alteração da cor das fezes que ficam esbranquiçadas, ou marrom avermelhadas, quebradiças e viscósas.
Acentua-se a distensão do ventre, escamas eriçadas, a região anal permanece avermelhada com a possíveis presença de inchaço, manchas avermelhadas no corpo, ulcerações e hemorragias indicam septicemia. No estágio de septicemia há disfunções hepáticas, renais e/ou da vesícula gasosa (bexiga natatória).









Prevenção

Controlar os níveis de amônia total e não ionizada: um bom manejo de trocas parciais de água, dimensionamento correto de filtragem, usualmente uma vazão de 6 a 8 vezes o volume de água do aquário.

Vi primeiro em: https://www.meuaquario.blog.br/malawi-bloat/


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